Sim, eu sei que estás a fazer
aquela cara de “o que é que este quer agora?”
E sim eu sei que estás farta de
me ouvir até à ponta dos cabelos.
Escrevi este texto porque tens
duvidas se eu te amo ou não.
A verdade é a seguinte:
Está a acontecer o mesmo que
aconteceu com a minha irmã. Quando ela estava cá em casa dávamo-nos muito mal,
e estávamos sempre às turras, porque eu estava afeiçoado a ela, habituado a
vê-la pela casa, a falar com ela sempre que quisesse, e ela nunca me recusou um
abraço nos momentos mais difíceis.
Porém, nunca senti a necessidade
de retribuir porque independentemente do que acontecesse ela estaria sempre
aqui em casa.
Errado, ela casou e saiu de casa,
e o que eu pensava que ia ser um alivio fez-me ter saudades dela e de repente
sentia a casa muito mais vazia.
O teu caso é um pouco parecido.
Estou habituado a ter-te ao meu lado, e faço nariz torto quando tu não corre
como EU quero... Eu... Sempre a porcaria do egoísmo... Gostava de saber para
onde foi todo o meu altruísmo... Mas enfim, centrei-me demasiado em mim, e
creio que esse foi o meu principal erro...
Dizem que o amor está naquilo que
fazemos pelos outros e não naquilo que queremos que façam por nós. É verdade, e
foram precisas várias horas deitado na cama a pensar para lá chegar...
Tornei-me num ser humano ridículo...
Imagino que tu tal como eu também
tens saudades do que éramos, é verdade, foram os melhores tempos da nossa vida
de facto, e não me arrependo de os ter vivido, mas, é tudo um problema de visão
meu, tratar-te como uma empregada... ninguém merece isso...
Sinceramente, tenho todas as
certezas do mundo que te amo e nada me faz pensar o contrário, se bem que
algumas vezes sou demasiado estúpido para o exprimir...
Eu sei que estás magoada com tudo
o que se tem passado ultimamente e que provavelmente já deves ter fechado este
ficheiro já nas primeiras linhas mas olha
É na mais forte das mágoas, na
mais forte das escuridões que a paixão se levanta da cadeira e se faz ouvir, no
meio de uma multidão de monótonos iguais, é tal como uma tela de cinema no meio
de pessoas que precisam de ser iluminadas, pela luz da diferença, pela luz do
amor e da paixão, aquela forte chama que arde nos nossos peitos, quando a
saudade nos ataca pela calada. A chama da paixão cresce mais forte no seio da
pura felicidade ou na pura da tristeza, e sinto que o meu coração me vai saltar
da boca apenas por pensar que os teus olhos estarão direcionados para estas
palavras... Não tenho dinheiro para as prendas mais fofinhas, não tenho jeito
para dizer coisas bonitas porque estou mesmo sem jeito a falar contigo, tenho
apenas uma forte vontade, uma forte vontade de... poder jogar aquele jogo
tontinho contigo, só para te ver contente, dizer que te amo apenas para ver a
tua reacção, de prestar atenção a cada detalhe, de te proteger nas noites frias
e de te abraçar nas horas madrastas, te voltar a imaginar o nosso futuro, de
voltar a acreditar que temos futuro, eu
sei que tudo não se resume a um “estás perdoado” e que desta vez o mais provável
é nem conseguir reconquistar-te... Lembro-me de quando disseste que tinha que
fazer por merecer ser teu namorado porque muitos queriam ocupar o meu lugar, o
meu problema foi quando as coisas deram para o torto pensar exactamente o
contrário, e admito, foi a pior coisa que podia pensar... Aliás, ninguém mais
me quer além de ti quem estou eu a enganar? Mas pronto... Eu sei que estás farta
de sofrer, e eu sei disso... Estou mudado, as tuas palavras tocaram-me mesmo no fundo...
Só quero uma chance, uma única chance, para conseguir voltar a fazer-te
feliz... Juro-te que não voltarem a fazer asneiras, não volto a falar da Ana, não
volto a acordar-te, não volto a desprezar-te, não volto a ser um parvo, não volto
a fazer aquelas figuras infantis que tenho feito.
Carpe Diem, é assim que viverei
contigo, não haverá nada de falso, nada de irrealista ou imparcial, será tudo
como era dantes.
Ser diferente, imprevisível,
criativo, de humor resistente, difícil de deitar abaixo, não desistir, pensar
com a cabeça, o esforço de expressar tudo o que sinto em cada frase que digo, tudo
isto foram coisas que não perdi, que estão adormecidas cá dentro... Tenho
esperado “recompensa” para as fazer sair, mas já que não há, terem de
vomitá-las cá para fora :c voltarei a ser quem eu era ou simplesmente mato esta
aberração em que me tornei x.x
Não quero que sofras mais... Eu
sei o que me espera mesmo que me perdoes, e não estou disposto a desistir de
ti! Tudo na vida tem um sentido, e tu és o meu sentido! És a razão pela qual eu
vivo... Apartir de agora só me deitarei e dormirei depois de te ouvir dizer que
me amas, sem rodeios nem pressões, não é
para te pressionar, é para teres o meu coração numa mão ... e a faca na
outra... e sabes? Ainda não perdi a esperança de te fazer sorrir, porque eu vou
fazer-te sorrir, a esperança é a ultima a morrer, eu morrerei primeiro que ela!
Eu percebo que tenhas uma raiva
enorme de mim e me odeies, mas sabes que mais? Eu amo-te, e como qualquer
pessoas apaixonada, EU NÃO VOU DESISTIR! :$ por isso amor, prepara-te, porque
vais matar as saudades todas :x
Sim... Este texto está a ser
escrito entre fases de força e garra e decepção e desilusão, nota-se nas minhas
palavras, está uma confusão enorme, mas espero que entendas o propósito de eu
te ter escrito isto.
Vou encher-te de miminhos e
palavras docinhas até te fartares :$
Espero uma resposta tua... Amo-te
:$
Lembraste do nosso primeiro
abraço? Lembraste de quando demos o primeiro beijo? Que tontinho que foi, e
quando eu te comecei a cantar para dormires a primeira vez? E de quando nos
rimos à gargalhada por causa de eu ter bananas nas bochechas? Lembraste dos
nossos “vira-te”? E daquele grande texto que tiveste de mandar de novo? Lembraste
de quando eu ficaste com ciúmes da Rita? E de quando eu fiquei com ciúmes do Luciano
(foram muitas as ocasiões foram...) Lembraste de quando fizeste anos e eu
toquei guitarra para ti? E de todas as vezes que estive contigo, no silencio, a
dar-te a mão, enquando ouvias as tretas da tua mãe? E de quando falaste comigo
por chamada na piscina? Até tens uma foto para recordar o momento, e de quando
tiveste aquele ataque de asma durante os primeiros meses que nos conhecíamos? E
de quando eu te aconselhei sobre o teu vizinho que gostava de ti? E de quando
tu me ensinaste a diferença entre trote e galope? E quando eu fiz o primeiro
poema para ti? :$ e de quando eu cortei relações com a Ana por ti? (não te
preocupes que eu já cortei relações com ela outra vez) Quando me mandaste uma
mms com uma gravação de voz a dizer “Bom dia meu protector” coisa que eu
orgulho-me em ser quando estou ao teu lado :$ quero terminar com este teu ciclo
de terror, mas sei que não vou encontrar uma festa de boas-vindas, tenho completa
noção do que fiz de errado, e tenho ainda mais completa noção do que farei nos
próximos dias.
Com sinceridade, Amo-te Maria
Nunes de Carvalho Monteiro da Silva
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