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sábado, novembro 09, 2013

Vida

Estilhaço consciencias
Perco-me na cor
Cego
Mordido
Pendurado e esculturado
Toque e retoque
Golpeio
As minhas mãos cortadas
Marcas nos braços
Marcas na pele sem cor
dum cinza perdido
Entre a luz e a escuridão
Numa escala imperceptivel
Intraduzivel
Inqualificavel
Os olhos da cor do céu
O cabelo da cor nevoeiro
A boca feroz e silenciosa como a morte
As mãos, numa suave percentagem de podridão
Eu sou a Vida
Não posso
Não consigo
Não desejo
Não consigo
Ligo-me ao mundo
De costas com a Morte
Sou a Vida, o anjo da criação
Das uniões, crio vida
Dos rostos infantis garanto maturidade
Dos rostos juviais garanto sabedoria
Peso os seus corpos numa balança
O que fizeste que vale a pena recordar?
Responde-me
Serei o teu carrasco, meu arguido
Serei o teu meretissimo
Serei o teu fim
Persigo a tua alma
Sugo-lhe a essência
Somos todos um só
Um só, é quem todos somos
Puxados por cordeis aneis e colares
Presos no bastão imperial da luz
sobre o atrito da escuridão
Sobre o peso da consciência
Quem és tu hoje?
A mão direita de Deus, a mão esquerda do Diabo.
A calma e o caos
O branco e o preto
O limpo e o sujo
O quente e o frio
Somos uma parte dum só
Somos apenas ela
Somos ela apenas
A vida.
Por isso
Comete os erros que tens de cometer
Antes que o cadeado te puxe
E pagues a tua divida.

sábado, novembro 02, 2013

Interferência

Ruido
O teu sorriso por entre interferencias
Mordo
Rujo
Trago o teu corpo ensanguentado
Atinjo o limite
Os olhos vermelhos de raiva
O entrelaçar de acontecimentos
O tempo volta atrás
Os ponteiros retornam
Aqui
Ali
Aqui
Preciso, encontro-me
Falo
Sou eu?
És tu?
São as marcas
cortadas aos esforços e trazidas de calos
e inesperadas situações esperadas
Letra U
Letra N
Ácido
Corrói a vida
Come a cor
Nas veias
doce dor boa
Agita, usa
Este é o remédio
Diz a voz suave dela, num toque de arrepio, um toque de calafrio doente
Os rpm's sensiveis correm altos na fábrica
Os seus pensamentos não param
E não penso
E não falo
E perco-me
E não me encontro
Sou perdido
Fugido
Previsivel
De boxers ou cuecas
Faço a minha revolução.

Dedos
Perdidos por entre dimensões
soltos
juntos
Preenchidos
Sofridos
Faço de tudo à minha volta algo claro
Limpo esta sujeira e não penso
Trago-te para mim
És minha
Serás minha?
És minha?
Foste minha?
Ou ainda o és?
Espaço e Tempo
Entendam-se
Não sou de aço nem de nenhuma liga metálica
Sou de uma espécie de amianto ou frigido ouro
perdido e gasto, numa intelectualidade tão profunda
Tão profunda do desconhecimento
E digo adeus, I say goodbye
E o mundo cai
E os vidros duma vida perdida estancam de novo
Como misseis de calor
Misseis de sensor de calor ou uma merda assim
E os olhos ficam cinzentos
O sorriso fecha-se
As mãos abrem-se, mortas
E o tac tac dita o caminho a casa.
Não sou eu
Sou eu?
Fui eu?
Fui o passado
Ou fui o futuro?
Fui a perdida intromissão de retrospectiva de nunca fugir deste buraco
Negro, em tons de cinza
Em que me refugio
Na minha cor carvão os dedos digitam cor
Cor que me traz de volta à estrada
Aquela estrada em que prometi que seria o rei
Que seria o melhor
...
Não fazes sentido demónio, não fazes sentido
Cala-te, cala-te, não quero ouvir
Essas tuas conspirações
Se doer, fui porque valeu a pena antes, e PONTO FINAL!